terça-feira, 18 de abril de 2000

Jogadores assediados

“Deixem os jogadores em paz”

“Os jogadores da Caranguejeira estão a ser assediados por uma série de clubes da região”. Quem o garante é Armando “Velhinha”, que está pouco satisfeito com a postura de alguns clubes.

“Neste momento há um conjunto de clubes que estão a assediar cinco/seis jogadores da Caranguejeira. Acho que, por uma questão de respeito e ética, nesta fase do campeonato não deviam aliciar jogadores. Ainda estamos a lutar pela manutenção e os atletas precisam de estar tranquilos e de cabeça fria. E com estas movimentações isso não é possível”, refere.“Sei que há clubes que não largam meia dúzia de jogadores da Caranguejeira no sentido de eles se transferirem da Caranguejeira para essas colectividades”, salienta o técnico da Caranguejeira. Segundo o treinador, por “uma questão de ética e respeito por cada clube, estas situações apenas deviam acontecer após o termo do campeonato”.

“Deixem os jogadores em paz”, pede “Velhinha”.

in Região de Leiria (Edição de 17/04/2000)

Entrevista a Armando "Velhinha"

Armando “Velhinha”
Agradado
Texto de
Rui Pires





Que a análise faz à carreira da Caranguejeira no campeonato? Está satisfeito?

No início da temporada senti que íamos ter muitas dificuldades, mas acreditei e continuo a acreditar no valor dos jogadores da Caranguejeira. Estou satisfeito pela evolução que eles têm tido, mas também tenho a convicção que com outras condições poderíamos fazer mais. Quando surgiram as lesões e os castigos, a situação complicou-se e as coisas não correram bem. Francamente nessa altura cheguei a ter algumas dúvidas sobre a capacidade de resposta dos jogadores às adversidades que se iam deparando. No entanto, tenho de salientar o trabalho dos jogadores, dos responsáveis do clube e do meu adjunto, Luís Salavessa. Juntos ultrapassámos isso e neste momento estamos numa posição mais confortável.

A equipa está melhor agora do que no início do campeonato?

Isso é evidente. Gostava era que o campeonato começasse agora. Os jogadores estão mais libertos e mais maduros. Estamos bem preparados para realizar um bom final de campeonato.A Caranguejeira tem neste momento 32 pontos, oito acima da “linha-de-água”. Quantos pontos precisa para alcançar a manutenção?A nossa meta são os 40 pontos, que nos garantem a permanência sem problemas. Mas não vão ser necessários tantos para nos mantermos na III divisão, isto porque vai haver vários jogos entre as equipas abaixo de nós. E no confronto directo temos vantagem sobre essas equipas.

A Caranguejeira tem um dos piores ataques da série D da III divisão, com 27 golos em 27 jogos...

Temos tido alguns problemas com os nossos avançados e essa fraca produção pode explicar-se por aí. No início do campeonato, o Nuno Neves, nosso melhor marcador, fracturou a cana do nariz e levou algum tempo a regressar à actividade. A equipa ressentiu-se disso, porque o Rui Codinha, que no ano passado fez uma boa época, também teve um problema de saúde e não tem tido o rendimento normal e porque o Marcóides, sofreu um fase de baixa de forma. A questão da finalização é real e está à vista, mas o que certo é que nos treinos essa questão não se põe. Infelizmente, aos domingo, os jogadores já não conseguem repetir os golos que marcam nos treinos.

Há quem diga que a III divisão deste ano é a mais fraca dos últimos anos. Concorda?

As pessoas dizem sempre isso. Tenho a certeza absoluta que isso não é verdade. A prova disso foi a réplica que as equipas desta série deram na Taça de Portugal.

Vai continuar na Caranguejeira na próxima temporada?

Sou treinador da Caranguejeira até 31 de Maio, mas como o campeonato acaba em Junho, vou manter-me me funções até essa altura. Depois não sei o que se vai passar. A direcção do clube vai cessar funções e não se sabe o que vem a seguir. Nada está definido.

Mas está disponível para continuar?

Sou treinador e à partida não posso dizer que não gostaria de ficar. Estou disponível.

As condições que a Caranguejeira tem permitem-lhe manter-se na III divisão?

Com muito esforço. Sei que estão a fazer um campo de apoio, no sentido de se relvar o já existente. Mas não sei quando é que isso se vai concretizar, até porque essas situações passam pela nova direcção. Sei que actual não se vai recandidatar, o que é mau porque ninguém tem uma ideia do que se vai passar e ainda não se planeou nada.

in Região de Leiria (Edição de 17/04/2000)

sábado, 15 de abril de 2000

UDC perto da manutenção

Caranguejeira perto da manutenção
Quase tranquilos
Texto de
Mário Rui Nicolau

Com 32 pontos conquistados e oito acima da “linha de água” a Caranguejeira está perto da tranquilidade. Mas o técnico Armando “Velhinha” não quer começar a festejar.
A sete jornadas do fim da série D da III divisão nacional, o técnico pensa que mais uma vitória deve assegurar a manutenção. No entanto, considera que a segurança só é alcançada com mais quatro pontos. “Se tudo correr dentro da normalidade este número deve dar-nos a permanência”, explica Armando “Velhinha”.
Na próxima jornada, a Caranguejeira desloca-se ao terreno do BC Branco. O técnico diz que “não há nada a perder”. “Vamos tentar fazer o melhor, mas vamos jogar tranquilos. Prometo que a equipa vai lutar com muita força até ao final e continuo esperançado que a equipa ultrapasse todos os problemas”, garante o técnico, que não pode contar com Rui Codinha e Nuno Ruivo frente ao BC Branco.

in Região de Leiria (Edição de 14/04/2000)

quarta-feira, 12 de abril de 2000

Caranguejeira, 1 - Ferroviários, 0

Golo de grande penalidade dá triunfo à equipa de Armando “Velhinha”
Fenómeno da Caranguejeira
Texto de
Joaquim Paulo


A Caranguejeira bateu o Ferroviários, do Entroncamento, com um golo solitário, apontado pelo médio Ricardo, de grande penalidade. A equipa de Armando “Velhinha” deu, assim, um passo importante rumo à manutenção na III divisão nacional. Algo que parece cada vez mais seguro.

Num mau jogo, foi o Ferroviários que entrou melhor. Pressionando o adversário, a turma de José Moita conseguiu alguma supremacia no meio-campo. No entanto, as oportunidades de golo eram escassas. Aliás, durante a primeira parte foram quase inexistentes. O primeiro lance digno de registo ocorreu aos 31 minutos, quando o avançado visitante Pires encontrou espaço na área da Caranguejeira e visou a baliza de Vítor Maranhão. Muito atento, o guardião local cedeu canto.

Na primeira parte, a Caranguejeira demorou a entrar no jogo. Com um futebol mastigado e com o esférico muito pelo ar, o conjunto local raramente chegou à baliza de Sérgio, que se cotou como o melhor em campo. Só aos 42 minutos a equipa de “Velhinha” criou perigo. Com um remate potente fora da área, o avançado da Caranguejeira obrigou Sérgio a excelente defesa. “Penalty” decide.

Insatisfeito com a falta de agressividade do ataque, “Velhinha” fez entrar Marcóides no segundo tempo. E logo aos 48, Rui Codinha rematou com perigo. Dois minutos depois, em lance individual, Nuno Neves “ganhou” uma grande penalidade para a Caranguejeira, depois de travado em falta por Nino. Na transformação, Ricardo fez o único tento da partida.O golo animou a partida e transformou a equipa da casa, que passou a causar mais problemas à defesa do Ferroviários.

Aos 59 minutos, o avançado visitante Marquitos foi expulso e isso facilitou a tarefa dos locais. Aos 61 minutos, Nuno Neves rematou colocado, para mais uma intervenção de nível de Sérgio. Com o Ferroviários reduzido a 10 jogadores, o jogo ganhou emotividade, até porque os visitantes nunca deixaram de procurar o empate.
Caberiam à Caranguejeira as únicas oportunidades de golo, mas a equipa de “Velhinha” não concretizou e acabou o encontro a defender.Um duelo especial caracterizou a segunda parte. Apesar de ser um médio de características defensivas, foi Gualter quem mais procurou alvejar a baliza de Sérgio. Aos 66, 88 e 92 minutos, Gualter rematou com muito perigo à baliza do Ferroviários, sempre sem sucesso e muito por culpa do guardião Sérgio, que evitou mais golos da Caranguejeira.

O Ferroviários lutou muito, mas nunca demonstrou argumentos para incomodar Vítor Maranhão. Apesar de tudo, a equipa de José Moita conseguiu empurrar o adversário para o seu extremo reduto nos minutos finais, apesar de não ter conseguido a igualdade. Vitória justa, da equipa mais feliz.

Arbitragem sem qualidade de Lino Ferreira. Bastante caseiro, não viu uma agressão de Rui Codinha a Rui Pedro.

in Região de Leiria (Edição de 11/04/2000)

quarta-feira, 5 de abril de 2000

União de Tomar, 2 - Caranguejeira, 0

Caranguejeira perde em Tomar
Chuva de falhas
Texto de
João Manuel Sampaio

O União de Tomar conseguiu três preciosos pontos frente à Caranguejeira, ao vencer por 2-0. A equipa de Armando “Velhinha” lutou bastante mas encontrou no relvado empapado, um obstáculo de peso para a conquista de pontos.Na primeira parte, durante os primeiros 35 minutos, o União de Tomar pressionou e rematou mais, criando alguns embaraços à defesa adversária.

A Caranguejeira, com os jogadores mais espalhados pelo campo, deixou a formação da casa jogar e ocupar os espaços, o que lhe custou um golo, marcado por Ferreira, aos 16 minutos.
Este tento “espevitou” e tornou o jogo mais interessante. Nos últimos 10 minutos da primeira parte, a Caranguejeira aumentou o ritmo, pressionou e, por duas vezes, esteve à beira de empatar.

Na segunda parte, a Caranguejeira tomou conta do jogo, sem, no entanto, conseguir marcar. Os homens de “Velhinha” falharam muito e o União de Tomar aproveitou bem esse facto. Assim, na sequência de um pontapé de canto, os locais aumentaram o marcador, com um bom golo de cabeça de Renato.
Na equipa da Caranguejeira, Marcóides e Marco Aurélio foram quem mais se destacaram, tentando tudo para que o resultado fosse outro. Caso tivesse concretizado as oportunidades que criou, a Caranguejeira poderia mesmo ter saído de Tomar com outro resultado.

O árbitro Vasco Guedelha, de Évora, teve momentos de pouca lucidez e exagerou nas admoestações, prejudicando a Caranguejeira

in Região de Leiria (Edição de 04/04/2000)